quinta-feira, 20 de abril de 2017

Serei só eu?

De vez em quando, cruzo-me com mães que ficam absolutamente de coração nas mãos e em pânico, cheias de receios e ansiedades por deixar os filhos com os avós. Sinto-me um bicho raro. Porque isso não acontece comigo. Confesso que, às vezes, até tenho medo de o dizer ou exprimir a minha opinião, não vá alguma atacar-me e dizer-me que sou má mãe. É óbvio que amo o meu filho acima de tudo e, tal como essas mães, quero protegê-lo e mantê-lo seguro, feliz e bem tratado antes de mais, mas não compreendo essa necessidade cega de terem que ser as únicas pessoas no mundo capazes de cuidar da vossa criança. Eu também não confio em qualquer pessoa para cuidar do meu, atenção. Mas, por exemplo, tenho total confiança para o deixar com a madrinha. Com o namorido (que só se tornou pai dele aos seus quatro anos). E, sobretudo, com os meus pais. A minha mãe é perfeitamente capaz de cuidar do meu rebento, aliás, acredito que, depois de mim, é quem melhor o faz. Quando ele dorme lá em casa (e isso acontece com alguma frequência, por necessidade, devido aos nossos horários de trabalho e escola), sinto-me super descansada. Não sinto qualquer ansiedade ou impulso de estar sempre a ligar para saber se está tudo bem. Simplesmente, sei que está. E que, no minuto em que não estiver, saberei logo. Aliada a esta dificuldade em deixar os pequenos fora do ninho, vem (nem sempre, mas mais vezes do que devia) a culpa. A culpa por terem tempo para elas, poderem descansar e tirar um bocadinho para desfrutar de si próprias para fazer o que mais gostam e que nem sempre conseguem com os filhos por perto. A culpa por, simplesmente, poderem estar no sofá a relaxar sem andarem atarefadíssimas com o jantar, o banho, a roupa e os lanches para o dia seguinte. Ser mãe é um trabalho a tempo inteiro, mas não precisam fazê-lo sozinhas. Sei que nem todas têm essa sorte, mas eu, felizmente, sou das que têm pessoas em quem confio para me ajudar a cuidar do meu tesouro mais precioso.

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