sábado, 4 de junho de 2016

Dia da Criança #4



Os meus pais são uns poetas! No Dia da Criança, também o meu pai me deu um poema que escreveu para mim e que, por motivos que se tornarão óbvios para quem me costuma ler, me toca de uma forma muito directa. 


                       O Silêncio

Shhh!!...

Façam silêncio!... Ouvem-no?...
É o silêncio da vida, é a esperança que ecoa,
É silêncio que antecede uma vida parida,
Só quebrado pelo choro que uma criança entoa
QUal prenúncio de missão, vital e proibida
Que, sem permissão, em silêncio lhe foi incumbida

Neste pequeno silêncio... com raiva explodi-lo
Em explosão de silêncios acumulados
Num grande silêncio... em muitos expandi-lo
Como pausas ondulando entre notas!...
Silêncios breves, silêncios prolongados
São pautas vivas cantando em folhas mortas

Ouçam bem o vosso fado...
Escutem-no e tracem o vosso destino
Em memória do silêncio derramado
Por um qualquer psicopata tresloucado
Que, no silêncio outrora trauteado,
Sem saber, também ele já foi menino

Shhh!!...

É o silêncio que os manda calar... respeitem-no!
Sem ele, não há ondas no mar a marulhar,
Não há pássaros no ar a chilrear... sem ele,
Nem se ouvem na Terra crianças a brincar!
Apenas se ouve o tempo, no espaço a esvoaçar...
Afinal... silêncio é música a tocar!...

Não quebrem o feitiço!
Há quem não ouça mais nada,
Só e apenas isso... de forma normal...
Uma tremenda voz imaginada,
Um enorme silêncio mortal...
É voz gritante de uma mãe amargurada

Já nada pode fazer... já nada pode mudar,
A não ser... em silêncio chorar...
Grande é a dor da mãe que viu fugir a vida que, um dia,
Com grande felicidade, em silêncio pariu...
É o silêncio da verdade...
No silêncio nasceu... em silêncio partiu...

Shhh!!...
Foi o silêncio que pediu!...

1 comentário:

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